Optimized Production Technology: Saiba o que é e como funciona

A cada dia que passa o mercado se encontra cada vez mais acirrado e por isso é importante ter uma boa gestão de processos para fazer a diferença e conseguir se destacar diante da concorrência. Dessa forma, o OPT – Optimized Production Technology pode ser uma ótima alternativa para otimizar e padronizar processos.

O OPT como uma ferramenta de gestão de gargalos

Embora tenha sido desenvolvido inicialmente apenas como uma filosofia, o OPT se tornou um método eficiente de gerenciamento e foi um dos principais motivos para que o seu criador desenvolvesse uma metodologia chamada de Teoria das Restrições.

Quer saber mais sobre como o OPT – Optimized Production Technology funciona e como ele pode te ajudar? Então confira o texto até o final.

O que é OPT – Optimized Production Technology

O OPT consiste em um método de gerenciamento da produção que tem como base ajudar as empresas a conquistarem maior rentabilidade à medida que reduz os desperdícios.

Por conseguir identificar, gerenciar e resolver os problemas com os gargalos, esse modelo de gestão vem se tornando cada vez mais popular entre as empresas que adotam a filosofia Lean, já que ambos têm uma boa relação com a busca por otimização e redução de desperdícios.

Esse método de gestão da produção foi criado por Eliyahu M. Goldratt, um físico israelense, em meados dos anos 70. Ele criou esse método de gerenciamento produtivo por estar enfrentando na época um sério problema na logística de produção.

No ano de 1984, Eli Goldratt publicou um livro chamado “A Meta”. Nesse livro ele explicou os caminhos que um gerente de produção precisa percorrer para fazer a empresa voltar a lucrar. Resolvendo esse problema, o gerente conseguiu gerar lucro e foi promovido.

Com isso, o que antes era apenas uma filosofia de gestão, se tornou um sistema de gestão produtivo, antecedendo a Teoria das Restrições (TOC).

Teoria das Restrições (TOC) x OPT

A Theory of Constraints, chamada popularmente como TOC, se trata de uma metodologia bastante inovadora quando o assunto é raciocínio lógico e gestão. Ela foi desenvolvida por Eli Goldratt, após o desenvolvimento do OPT, se tornando uma das melhores metodologias quando o assunto é tomada de decisão organizacional com base em fatores restritivos.

A Teoria das Restrições se tornou popular através do livro “A Meta”, como já foi citado anteriormente.

Segundo Eli, o livro que ele escreveu buscou representar de forma mais lúdica a história de um gerente de uma empresa que quase faliu, onde esse gerente conseguiu levar à empresa até o sucesso por meio dessa nova abordagem de gestão.

O que é uma restrição?

A restrição é definida como qualquer coisa que venha impedir ou simplesmente limitar a conquista de nossos objetivos. No mundo dos negócios a restrição pode possuir relação com o aumento de lucro, em fábricas ela pode estar relacionada com os gargalos do processo e assim por diante.

Há dois tipos de restrições mais encontradas nas empresas, sendo elas definidas como físicas e não físicas. A restrição física está relacionada com os recursos que a empresa possui, como máquinas, layout, sistema operacional e muitos outros. Já as restrições classificadas como não físicas são as que podem fazer parte de um procedimento corporativo, demanda por produtos ou processos.

Gargalos de produção

Em toda e qualquer empresa é possível notar em algum momento que ocorre uma queda na produtividade, podendo ser uma queda que não cause nenhum impacto nos lucros da empresa ou uma que seja mais perceptível. Na maioria das vezes, os motivos da queda na produtividade estão relacionados aos gargalos de produção.

Os gargalos de produção são definidos como pontos dentro de uma empresa que acabam limitando a sua capacidade final de produção, ou seja, são fatores que acabam interferindo e reduzindo a produtividade.

Esses gargalos podem ocorrer em qualquer uma das etapas do sistema produtivo, podendo aparecer no início, meio ou fim, acarretando assim consequências relacionadas à etapa em que ocorre. Os gargalos de produção ainda podem ser definidos como: recursos gargalos e recursos não gargalos.

Recursos gargalos

Os Recursos Gargalos ocorrem quando um recurso impacta no ritmo produtivo, acarretando assim na queda da produtividade. Esse tipo de gargalo ocorre quando os recursos possuem uma menor disponibilidade do que as outras estações de trabalho da mesma linha de produção.

Recursos não gargalos

Esses gargalos não alteram o fluxo de produção, diferente dos recursos gargalos. Isso acontece porque a disponibilidade de recursos é igual ou maior do que a necessária, o que acaba não atrapalhando na capacidade e nem na linha de produção.

Esse tipo de gargalo pode ocorrer em situações em que há demanda irregular ou quando ocorre algum outro problema não relacionado aos recursos disponíveis.

Os 9 princípios do método OPT

Para conseguir implantar o OPT – Optimized Production Technology com sucesso é necessário se atentar aos princípios dessa metodologia. Tendo como base 9 princípios, essa metodologia pode nos ajudar, em conjunto com a filosofia Lean, a obter um processo mais enxuto e contínuo. Veja a seguir os 9 princípios que constituem o método OPT.

1 – É necessário equilibrar o fluxo de produção

O Takt Time é a taxa em que um produto é fabricado para atender à taxa de demanda existente no mercado, ou seja, é o tempo que levamos para produzir algo baseado em seu ritmo de vendas para que a demanda do mercado seja atendida.

Fazendo isso é possível diminuir o inventário do trabalho que ainda está sendo processado.

2 – A utilização de um recurso não gargalo não deve ser determinada pela sua disponibilidade, mas sim por uma outra restrição que exista no sistema

Esse segundo princípio do OPT nos diz que não adianta aumentar a nossa capacidade de produção se existir gargalos no processo produtivo, pois isso consequentemente irá gerar estoques. Dessa forma, antes de decidir aumentar a produção é necessário identificar os gargalos e utilizar estratégias para resolvê-los.

3 – Eficácia e eficiência não significam a mesma coisa

Eficácia está relacionada com a ativação e eficiência com uso. A eficiência consiste em fabricar de acordo com a taxa de produção da empresa. Já a eficácia significa produzir a máxima quantidade possível. Dessa forma, é necessário produzir de acordo com a capacidade, mas o máximo possível, pois assim é possível reduzir os estoques e evitamos dinheiro parado.

4 – O tempo em que a produção está parada por conta de gargalos reduz a taxa total de produção

Quando eliminamos ou otimizamos um gargalo de produção ocorre a melhora da taxa de produtividade, o que consequentemente melhora a taxa total de produção, pois o gargalo geralmente interfere em diversas etapas do processo.

5 – Melhorar a produtividade onde não há gargalos não é algo muito útil

Quando melhoramos a produtividade em uma estação produtiva sem gargalos estamos apenas correndo o risco de aumentar o estoque e fazer com que o dinheiro fique parado, sem gerar nenhum benefício. Portanto, é muito mais útil otimizar uma etapa do processo produtivo com gargalo do que otimizar duas que não possuam gargalos.

6 – O lote de transferência deve ser diferente do lote de processamento

O lote de transferência consiste no número de peças que serão processadas na máquina, enquanto o lote de processamento significa o número de peças que serão transferidas para a etapa posterior do processo de produção.

7 – O lote de processamento não deve ter tamanho fixo

As estações que possuem gargalos devem ter um tamanho de lote maior, pois dessa forma é possível fazer com que todas as etapas fiquem com o mesmo ritmo produtivo, reduz a ociosidade, elimina os estoques e torna o processo contínuo. Isso gera uma produção mais equilibrada, já que o gargalo passa a não interferir nas outras etapas.

8 – Os gargalos são responsáveis por definir o fluxo do sistema assim como o estoque

Sendo assim, caso ocorra um atraso na disponibilização dos recursos que alimentam o sistema produtivo, não ocorrerão impactos negativos, já que esse efeito será absorvido pelo gargalo.

9 – A capacidade de produção e a programação das atividades devem ser feitas de modo simultâneo

Ao fazer uma análise em sequência você não consegue avaliar o verdadeiro resultado do sistema. Por conta disso, é necessário avaliar esses dois pontos ao mesmo tempo.

Sistema Tambor, Pulmão e Corda (Drum-Buffer-Rope)

Temos um desenho explicando o sistema Drum-Buffer-Rope

O método OPT possui toda uma programação que é baseada em seus 9 princípios e quando falamos em um ambiente industrial é muito comum existir diversas restrições, sejam estas relacionadas com o ambiente interno ou externo da empresa. Tais restrições favorecem também o surgimento de gargalos de produção.

Sendo assim, dentro do OPT foram desenvolvidas abordagens sistemáticas como Tambor, Pulmão e Corda com a finalidade de otimizar as atividades que são realizadas durante o processo de produção. Veja abaixo como funciona cada um desses sistemas.

Tambor

Esse sistema tem como finalidade determinar o ritmo para a restrição. No sistema tambor é realizada a programação de forma detalhada das restrições com tudo o que deve ser produzido no processo, assim como as quantidades e os horários em que o processo produtivo é iniciado e finalizado. O ponto de partida do também é definido por meio das demandas.

Pulmão

O pulmão é definido como um mecanismo que faz uso do tempo para proteger o gargalo das incertezas do processo. Esse mecanismo é mensurado por meio de unidades de tempo e não pela quantidade de itens que devem ser produzidos, como ocorre no Tambor.

No sistema de pulmão a etapa que antecede o gargalo passa a produzir mais do que o gargalo pode processar. Isso faz com que o gargalo nunca pare de processar, fazendo assim com que a produção não seja afetada de forma negativa.

Corda

A Corda é um mecanismo de informação utilizado para realizar a sincronização da fábrica e definir sobre a liberação dos materiais necessários na cadeia de suprimentos.

Por meio do uso desse mecanismo é possível assegurar que a liberação dos itens necessários para o processo produtivo será feita na medida certa, sendo processada pela restrição e evitando desperdícios no processo.

Além disso, o sistema Corda permite que os recursos operem no mesmo ritmo produtivo, sem fazer com que os níveis do estoque no processamento se tornem muito altos.

Benefícios do OPT

Tendo como objetivo trabalhar com base em agendamentos para que a produção seja maximizada, a principal característica desse método é identificar e isolar os gargalos produtivos, para que assim sejam realizados planejamentos e cronogramas de produção para que os gargalos sejam eliminados.

Sendo assim, alguns dos benefícios do Optimized Production Technology que podemos citar são:

  • Faz incorporação do SAP;
  • Gera resultados mais rápidos;
  • Tem a possibilidade de dar feedbacks financeiros;
  • Identifica rapidamente setores que precisam de mais atenção;
  • É indicado para indústrias de pequeno porte que trabalham com lotes e processos de modo geral;
  • Dá a possibilidade de crescimento quando aplicado em nível prático na empresa;
  • É compreendido facilmente pelo chão de fábrica por possuir uma linguagem mais clara e direta.

Desafios desse modelo de gestão

Uma foto de funcionários desenvolvendo o OPT

Assim como qualquer modelo de gestão, o Optimized Production Technology possui alguns desafios que os gestores devem vencer.

Alguns desses desafios são:

  • O método OPT desafia a contabilidade de custos tradicionais, exigindo assim uma adequação ou reformulação do método contábil utilizado na empresa;
  • Exige a modelagem da simulação do processo;
  • Requer uma boa base de dados;
  • Muitas vezes há a necessidade de receber consultoria ou realizar especializações na área para fazer a aplicação do método OPT.

Concluindo

O OPT – Optimized Production Technology é um sistema de gerenciamento considerado de certa forma novo, mas que pode gerar grandes benefícios para a gestão da empresa. Esse modelo requer muitas vezes aplicações de softwares para que seja possível extrair da melhor forma possível os benefícios dessa gestão.

Além disso, muitas vezes o responsável por aplicar esse método precisa mudar alguns quesitos internos na empresa, como é o caso da contabilidade tradicional, em muitos casos. Sendo assim, participar de treinamentos OPT pode ser uma ótima alternativa para começar a implantação com o pé direito.

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