Introdução ao Ciclo OODA ou OODA Loop
Você sabe o que é ciclo OODA ou já ouviu pelo menos falar sobre? Bom, essa ferramenta embora venha ganhando popularidade, ainda deixa muitas dúvidas nos profissionais da área de gestão e planejamento.
Desenvolvido pelo John Boyd, a ferramenta é muito útil para ambientes de incerteza.
John Boyd foi um piloto de aviões de combate da Força Aérea Americana, sendo considerado uma das mentes mais brilhantes da história quando o assunto é o desenvolvimento de estratégias.
Sendo considerado o maior estrategista militar Norte Americano, John foi o desenvolvedor do ciclo OODA, sendo este uma variação do ciclo de Deming (PDCA).
Além do OODA, John também foi o desenvolvedor do conceito técnico da Teoria de Maneabilidade de Energia (EM), onde essa teoria foi desenvolvida em conjunto com Thomas Christie, um grande matemático.
A teoria EM foi tão útil que foi adotada pela USAF, onde foram desenvolvidos os jatos de combate (F-15 e F-16).
Você ficou curioso e deseja saber como essa teoria militar foi incorporada e vem sendo amplamente utilizada no mundo dos negócios?
Então confira o texto até o final e fique por dentro de tudo.
Tabela de Conteúdo
- O que é ciclo OODA ou OODA Loop?
- Como é a aplicação do OODA nas empresas?
- Etapas do ciclo OODA
- Habilidades que os profissionais precisam ter em um cenário de ciclo OODA
- Conclusão do Ciclo OODA
O que é ciclo OODA ou OODA Loop?
Quando falamos de estratégia e gestão de negócios é muito comum pensarmos em conceitos básicos como análise SWOT, visão, valores, missão e até mesmo o ciclo PDCA.
No entanto, há ferramentas como o OODA que vem sendo muito utilizado nos últimos anos, conquistando assim mais popularidade e os profissionais da área de gestão de negócios.
O ciclo OODA é uma ferramenta estratégica muito utilizada para tomar decisões rápidas. Este ciclo consiste em um acrônimo que quer dizer: observar, orientar, decidir e agir.
As nações em todo o mundo e até organizações terroristas usam o ciclo como parte de sua estratégia militar.
Ele também foi adotado pelas empresas para ajudá-las a prosperar em uma economia volátil e altamente competitiva.
O OODA é uma ferramenta muito citada, mas infelizmente pouco compreendida. Por esta razão, para realmente entender o ciclo OODA Loop, é preciso estar familiarizado com os desenvolvimentos científicos e filosóficos que ajudaram a criá-lo.
O OODA consiste em um sistema de aprendizagem, um método para lidar com a incerteza e uma estratégia para ganhar competições frente a frente. Na guerra, nos negócios ou na vida, o ciclo pode ajudar a lidar com circunstâncias desafiadoras.
Especialistas acreditam que o método pode ser utilizado para identificar, visualizar, priorizar e orquestrar a correção da maioria das ameaças cibernéticas.
O OODA Loop possui relação entre os tempos de reação entre dois adversários e seus respectivos processos e tomadas de decisões (porém, pode ser utilizado para confundir e levar o adversário a tomar decisões precipitadas).
Essa vertente foi implantada nas empresas para ser utilizada em cenários complexos de negócios que dependem de múltiplas variáveis e também se alteram ao longo do tempo.
Como é a aplicação do OODA nas empresas?
O ciclo OODA é uma metodologia que possui etapas de feedback e isso ajuda o ciclo a se tornar mais adaptativo e flexível a qualquer mudança no cenário externo que ocorre de forma não prevista.
Além disso, considera também as variáveis externas e interações com o meio externo, assim como diferenças culturais, biológicas e de comportamento que podem vir a influenciar o meio interno.
Por conta de tais características, o ciclo OODA pode ser aplicado nos mais diversos segmentos.
Este ciclo ocorre por meio de um processo de análise e sintetização, assim como a formulação e ações que são baseadas em testes em que o feedback contínuo retroalimenta o processo, fazendo com que ele seja assim bem-sucedido em situações complexas.
Etapas do ciclo OODA
Muitos acreditam que este ciclo consiste em uma ferramenta que serve apenas para auxiliar na tomada de decisões de um negócio.
No entanto, este ciclo vai muito além disso e é uma excelente ferramenta para nos ajudar a pensar e lidar com as incertezas do mundo.
O ciclo OODA é composto por quatro etapas que são definidas como: observar, orientar-se, decidir e agir.
Veja a seguir um pouco sobre cada uma dessas etapas e como fazer a sua aplicação.
1 – Observar
A observação na verdade é uma etapa essencial em qualquer metodologia em que precisamos aplicar melhorias ou tomar decisões.
Quando se observa e leva em conta novas informações sobre o ambiente em mudança, a mente do responsável se torna um sistema aberto e consequentemente, é possível obter conhecimento e as compreensões que são importantes para formar novos modelos mentais.
A observação exigirá que você acompanhe não apenas as despesas e lucros, mas também tendências maiores que podem ou não afetar a lucratividade da empresa.
2 – Orientar-se
Orientar, em poucas palavras, é a capacidade de fazer snowmobiles mentais em face da incerteza.
É o passo mais importante do ciclo OODA Loop, mas infelizmente é muito negligenciado.
Focadas em seu modelo interno de segurança da informação, muitas organizações têm muita dificuldade em priorizar suas ações de gestão de riscos com base na importância dos ativos de negócio.
A orientação molda a maneira como se interage com o ambiente, assim como, molda a maneira como age. Nesse sentido, a orientação transforma o caráter dos ciclos OODA.
De acordo com John Boyd, “Um perdedor é alguém (individual ou em grupo) que não consegue construir snowmobiles quando enfrenta incertezas e mudanças imprevisíveis; enquanto um vencedor é alguém (individual ou grupo) que pode construir snowmobiles, e empregá-los de forma adequada, quando enfrentar incerteza e mudança imprevisível.”
3 – Decidir
Nessa etapa do ciclo é que se decide que curso de ação tomar, ou seja, o que vai ser feito para resolver o problema.
Quando se decide algo, está essencialmente avançando com a melhor hipótese sobre qual modelo mental irá funcionar.
4 – Agir
Uma vez que haja a decisão sobre um conceito mental para implementar, deve-se agir.
No entanto, o aumento da colaboração entre as equipes de operações de segurança e de TI continua sendo desafiador para muitas organizações.
Nesse sentido, o ciclo OODA proporciona a combinação de fluxo de trabalho, atribuindo etapas de correção detalhadas para automatizar a gestão de risco em tempo real.
É importante salientar que as ações retornam aos sistemas como verificações de validade sobre a correção e adequação dos padrões de orientação existentes.
Resumidamente, as ações são a forma de descobrir se os modelos mentais estão corretos.
Diferença do ciclo OODA para o mundo VUCA
O mundo VUCA foi criado na década 1990, em um cenário pós-guerra fria, surgindo de um acrônimo das palavras em inglês: volatility, uncertainty, complexity and ambiguity (em português, volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade).
O ciclo OODA, acrônimo das palavras: observar, orientar, decidir e agir, foi criado pelo coronel John Boyd (coronel da Força Aérea Norte Americana), que desenvolveu esse modelo para a tomada de decisão quando os pilotos tinham que tomar decisões sobre atacar ou não os seus inimigos.
O ciclo OODA é responsável por envolver a relação entre os tempos de ação entre dois adversários e processos de tomada de decisão.
Já o mundo VUCA representa as características atuais do mundo, ou seja, pode ser interpretado como dificuldades para as organizações ou como novas oportunidades.
O ciclo OODA possui etapas de feedback que auxiliam a se adaptar facilmente com mudanças de cenário não previstas e também considera variáveis externas e suas interações com o ambiente interno, assim como a influência de variáveis comportamentais.
Já o mundo VUCA interfere em absolutamente todas as decisões que são tomadas na empresa e para isso é necessário priorizar certos comportamentos, valores e também estar aberto às novas possibilidades em um ambiente de incertezas.
Dessa forma, o mundo VUCA pode ser representado através de uma matriz que faz correlação entre o conhecimento sobre uma determinada situação e a previsibilidade dos resultados possíveis das ações.
Diferença do ciclo OODA para o ciclo PDCA
Quando falamos do OODA automaticamente nos lembramos do ciclo PDCA, não somente pelo fato dos dois serem acrônimos, mas também pelo fato de haver algumas semelhanças e muitas diferenças entre as duas ferramentas.
Embora os dois sejam utilizados atualmente em ambientes corporativos, eles surgiram em cenários completamente distintos. O PDCA surgiu em tempos de paz, enquanto o OODA surgiu em tempos de guerra.
Uma das maiores diferenças quanto à aplicação desses ciclos é que o PDCA consiste em um ciclo longo de melhoria contínua, muito utilizado no seis sigma.
Já o OODA é uma ferramenta que serve para dar apoio em decisões que precisam ser feitas de modo rápido ou imediato.
Enquanto o ciclo PDCA tende a atuar na melhoria contínua, o OODA tende a atuar na relação entre ação e reação entre dois adversários e as suas tomadas de decisões.
Podendo então ser utilizado para fazer com que o adversário tome uma decisão ruim e/ou precipitada.
Habilidades que os profissionais precisam ter em um cenário de ciclo OODA
Qualquer profissional que deseja alcançar sucesso em sua carreira deve ter conhecimento sobre o ciclo OODA e também deve possuir habilidades que contribuam para os seus melhores resultados no ambiente de trabalho.
Confira a seguir algumas habilidades que devem estar presentes em profissionais que atuam em cenários de ciclo OODA e mundo VUCA, assim como também qualquer profissional que atue no mundo corporativo.
Liderar por propósitos
A primeira habilidade para um profissional se destacar em um cenário de ciclo OODA é liderar com propósito, tomando decisões de acordo com as estratégias do negócio no mercado.
Esse modelo de liderança tem como principal objetivo motivar a equipe e trazer mais clareza dos objetivos e resultados que são esperados por parte dela.
Resiliência
Atuar com cenários que são complexos e que mudam de forma constante exige que tenhamos resiliência.
Essa característica nos permite trabalhar da melhor forma possível, mesmo diante de incertezas e pressões.
Além disso, com essa habilidade conseguimos desenvolver uma postura mais otimista, o que nos faz enxergar nas crises boas oportunidades para crescer.
Visão estratégica
É necessário estar pronto para os desafios da incerteza que vivemos em ambientes corporativos, analisando todas as possibilidades de oportunidades assim como também os seus riscos.
Dessa forma, conseguimos elaborar estratégias mais assertivas e aumentar a competitividade no mercado.
Ser crítico
Pessoas críticas conseguem tomar melhores decisões e por isso essa é uma habilidade importante para profissionais que vivem aplicando o ciclo OODA em seu ambiente de trabalho, assim como também outras ferramentas. Portanto, se você deseja se destacar, seja mais crítico.
Trabalhar em equipe
Saber trabalhar em equipe é essencial para qualquer profissional, principalmente quando o assunto é ciclo OODA.
Profissionais da área devem saber se comunicar bem, expondo sempre de modo claro e objetivo as suas ideias e ouvindo com atenção as ideias do colega também.
Um bom trabalho em equipe é capaz de gerar os melhores resultados para a empresa, já que todos os colaboradores estão atuando em busca do mesmo objetivo, um ajudando o outro a conseguir alcançar o que a organização procura e não os seus objetivos pessoais.
Conclusão…
Agora que você aprendeu tudo sobre o ciclo OODA, que tal começar a aplicar essa ferramenta quando precisar tomar decisões mais rápidas em ambientes de incerteza?
Isso irá te ajudar a tomar sempre as melhores decisões no momento e te ajudará a evitar muita dor de cabeça.