Diagrama de Pareto: Como fazer e utilizar?

O Diagrama de Pareto é uma técnica gráfica aplicada para o estabelecimento de orientações para identificação sobre as causas de perdas que devem ser resolvidas em determinados tipos de projetos.

Na prática, essa ferramenta ajuda bastante a identificar os problemas que estão prejudicando a empresa em seu desenvolvimento no mercado.

Indica o que deve ser priorizado para a solução de possíveis erros conforme a hierarquia de importância de setores internos e situações externas que são importantes para a empresa.

Inicialmente, compreendemos que uma corporação pode identificar diferentes tipos de problemas com diferentes níveis de urgência para serem solucionados.

O uso dessa ferramenta ajuda bastante para facilitar a visualização de dados e para enxergar as verdadeiras causas de problemas.

Ajuda a otimizar esforços para a melhoria contínua e para reforçar a aplicação de outras ferramentas do conjunto Lean Manufacturing.

Mas, através dessa ferramenta gráfica podemos criar uma avaliação similar da análise obtida com a ferramenta histograma, por exemplo, simplificando a visualização de diferentes situações e condições de mercado.

Como fazer o gráfico de Pareto?

Esse diagrama tem origem no princípio de Pareto, economista italiano, que ficou famoso por criar a teoria 80/20.

Essa teoria testifica que o mercado é formado por distribuições desiguais, sendo que boa parte das causas dos problemas e oportunidades mais latentes representam 80% da economia, enquanto as questões mais triviais representam 20% do mercado.

No conhecimento mais comum, explica que 80% da riqueza é proveniente de 20% do mercado ou da sociedade.

Para melhorar todo o processo de identificação de problemas e oportunidades, a equipe de trabalho precisa focar os esforços nas poucas ou principais causas de um determinado problema.

Podemos afirmar que o principal objetivo de um programa de desenvolvimento de soluções e de qualidade é gerar ambiente propício para a redução de perdas que possam ser geradas por produtos defeituosos e serviços incompletos, podendo esses erros invalidar o produto e sua função no mercado.

Dessa forma, a equipe responsável deve trabalhar para a eliminação dos defeitos, classificar os tipos de defeitos e conhecer os principais tipos de rejeições junto ao mercado.

Em uma visão resumida, essa ferramenta deve ser construída por meio dos seguintes passos:

  1. Entenda o que a empresa quer analisar com o gráfico;
  2. Faça a coleta de dados;
  3. Organize os dados coletados;
  4. Desenhe as barras contendo as frequências organizadas da maior para a menor;
  5.  Insira um gráfico de linha com as porcentagens acumuladas para cada classificação;
  6. Analise seu Gráfico Pareto.

Como relatamos anteriormente, as empresas precisam reduzir custos com erros e problemas de processos no processo de produção distribuição, venda e oferta de produtos e serviços, dentre outras atividades inerentes à empresa e sua marca.

A seguir detalhamos melhor sobre os principais passos para a realização do gráfico e construção dessa ferramenta que pode fazer toda a diferença na análise dos seus dados.

Passo 1 – Compreenda o que a empresa quer analisar com o gráfico

O uso desse gráfico ajuda a compreender a questão que precisa ser solucionado, porém, é importante saber qual tipo de informação e dado é essencial para ser avaliado.

Em certos casos, é importante conhecer o problema ou os bloqueios de mercados para depois identificar as causas reais de cada tipo de questão.

Passo 2 – A coleta de dados

Nesta etapa, devemos lembrar que o Diagrama de Pareto somente pode ser construído a partir de dados, informações e até mesmo pesquisa.

A coleta de dados pode ser feita com o uso de outras ferramentas conceituais e ferramentas factuais como formulários impressos e digitais para coleta.

Em certos casos, a metodologia folha de verificação pode também complementar a aquisição dos dados junto com o formulário principal.

Ao organizar o formulário, selecione as questões mais importantes a serem respondidas, preveja as variáveis para gerar estrato de dados posteriormente, registre as informações, defina as operações para levantamento das informações e planeje a duração e o local para realização da coleta de dados.

Passo 3 – Organização de dados

Depois de ter todos os dados coletados, é fundamental organizar todas as informações. Inicialmente, os profissionais podem montar tabelas para separar cada tipo de informação podendo compilar cada tipo de dados em um banco de dados.

Passo 4 – O desenho das barras

É importante que os profissionais façam o desenho das barras incluindo as frequências de cada tipo de informação da esquerda para a direita de cada coluna ou do dado maior para o dado menor.

As tabelas iniciais e a barras desenhadas podem ser programas no Excel e no Minitab, por exemplo.

Passo 5 – Inserção de gráfico

Ao inserir o gráfico, é importante que ele contenha uma linha com os percentuais acumulados de cada informação classificada. Insira um gráfico de linha com as porcentagens acumuladas de cada classificação.

Dessa forma, o cálculo de cada percentual poderá ser aplicado conforme a frequência de cada tipo de defeito ou erro. A cada cálculo realizado, o responsável precisará criar o gráfico de linha.

Passo 6 – Faça a análise do gráfico

É fundamental que o gráfico seja analisado e avaliado adequando os dados, as informações e as representações concluídas.

Como analisar o Gráfico de Pareto?

Inicialmente, esse tipo de análise pode ser um pouco difícil para as equipes de trabalho responsáveis pelo Diagrama de Pareto, pois em certas situações, cada tipo de classificação pode ser classificada ou subdivida através das técnicas de análise da própria ferramenta.

Faça vários gráficos

Na prática, dependendo da quantidade de produtos, setores e objetivos, a equipe ainda pode desenvolver mais de um gráfico e compará-los.

Essa prática ajuda a diferenciar previsões, estudos e subclassificações, considerando a quantidade de subclassificações pertencentes a cada tipo de barra com as informações.

Lembramos que o excesso de colunas ou barras pode dificultar o estudo e as interpretações do processo. Para facilitar, orientamos a colocar as barras simbolizando as subclassificações uma do lado da outro horizontalmente.

Dessa forma, ao avaliar duas ou três subclassificações, a ordenação das informações será a mesma. O processo de estratificação dependerá também do processo de organização e de interpretação dos dados.

Utilidade do Pareto

Essa ferramenta é muito útil. Principalmente, no caso de empresas que podem possuir muitos problemas ou situações cujas causas são fortes e expressivas para a solução de um produto, processo ou serviço.

Ressaltamos, que no processo de análise a respeito da frequência dos problemas ou causas do processo é fundamental que haja dados reais e bem organizados.

A utilização do Diagrama de Pareto também incentiva uma melhor comunicação a respeito dos dados e das questões a serem resolvidas entre os membros da equipe.

A origem

A origem dessa ferramenta se encontra no pensamento do economista Vilfredo Pareto que foi um dos pioneiros no estudo da distribuição de rendimentos e riquezas.

Em seus estudos, ele percebeu que 80% da riqueza estava presente em 20% da população ou do mercado.

Esse dado ajudou bastante a renovar o pensamento estratégico de mercado ainda no século XX.

Também devemos citar o trabalho de Joseph Juran, que na pesquisa e desenvolvimento de conhecimentos para a área de Qualidade, identificou um padrão de distribuição de diferentes tipos de produto, cujo processo era similar ao do Diagrama de Pareto.

A partir desses estudos, sabemos que 80% dos problemas na qualidade de um produto poderia ter causa em 20% dos defeitos pré-existentes na cadeia produtiva.

A Regra 80/20

Uma ilustração mostrando a regra 80/20

Acima, relatamos a respeito da relação dos 80% sobre os 20%, no estudo dessa ferramenta. 80% das consequências são resultado de 20% das causas, ajudando a empresa a identificar as possíveis não conformidade de produtos e serviços.

Com essa visão, os responsáveis por um projeto e pela identificação de erros conseguem tratar melhor as não conformidades, encontrando pontos de melhoria e definição de planos de ação.

Com a utilização dessa metodologia a empresa consegue identificar, definir e enxergar soluções para melhorar a qualidade de produtos e serviços, bem como de processos que possam gerar perdas.

A classificação de erros

Numa visão básica, a classificação dos erros e dos problemas podem ser descritos como:

Poucos vitais – Estes podem representar poucos problemas que resultam em grandes perdas.

Muitos triviais – Os muito triviais podem representar muitos problemas que resultam em poucas perdas.

Dessa forma, o Diagrama de Pareto pode representar um gráfico de barras que permite criar uma hierarquia de problemas e soluções, cujas ocorrências podem ser da maior para a menor com boa visualização detalhada e geral.

O Lean Six Sigma e a melhoria contínua

O diagrama explicado e apresentado neste artigo implementa também as soluções das ferramentas na filosofia Lean Six Sigma.

Devemos lembrar que essa metodologia visa a aplicação de melhoria contínua em processos mais precisos e eficientes no mercado.

Na prática ajuda na eliminação de desperdício, redução de etapas produtivas desnecessárias, redução da variação do processo de negócio e criação de uma nova cultura de geração de valor.

Benefícios para a qualidade

Quando nos referimos ao gráfico de Pareto, devemos compreendê-la como uma ferramenta conceitual, prática e administrativa utilizada por empresas e corporações para a identificação de problemas e demais tipos de erros que precisam ser solucionados e eliminados.

Esse gráfico apresenta o nível de constância de erros, problemas e falhas em ordem crescente através de diagrama composto por colunas que ajuda a enumerar os erros a serem superados pela empresa em ordem prioritária.

A ordem abrange desde as mais complexa a mais simples do conjunto de problemas listados.

Dessa forma, os empreendedores e gestores podem selecionar as principais causas urgentes a serem de fato resolvidas, para que o negócio permaneça forte no mercado.

A visão a partir da relação 80/20 ajuda o empreendedor a enxergar que os pequenos problemas podem gerar grandes perdas para a empresa.

É importante sempre calcular a quantidade de cada tipo de problemas, buscando gerar soluções para melhorar os resultados da empresa e o dia a dia produtivo da empresa.

Quando usar o Diagrama de Pareto?

Essa ferramenta é muito útil e é muito indicado para o processo de análise de diferentes situações, tomada de decisões e a criar uma noção de prioridade de gestão de problemas para a empresa.

Ajuda principalmente, a gerar ganho de tempo ampliando a visão analítica da empresa a respeito de seus desafios. Dentre as principais indicações de uso, podemos destacar:

  • Serve para a verificação de frequência de ocorrência de falhas dentro da empresa;
  • Ajuda a definir os problemas devem ser priorizados pela corporação;
  • Ajuda no entendimento da causa de cada falha;
  • Ajuda a criar apresentação de dados de forma mais clara para outros membros da equipe de trabalho de uma empresa.

É importante que a empresa realize reuniões oportunas para a seleção de tópico a ser avaliado.

Em certos casos, a equipe pode avaliar diferentes tipos de erros, defeitos e inconsistências, além de reavaliar os custos de manutenção de cada equipamento, por exemplo.

Em outros casos, o Diagrama de Pareto pode ajudar a criar um padrão de comparação por cada unidade produzida, gerando o custo ou frequência de ocorrência como medida de comparação.

É importante também que os dados sejam coletados dentro de um período de tempo, podendo ser de uma semana, um mês, bimestre, semestre, entre outros ciclos necessários.

É fundamental a criação de planilha de dados que contenha como colunas as nomeações de Categorias, Quantidades (gerais e individuais), Totais acumulados, Porcentagens, Porcentagens acumuladas.

Saiba mais: Saiba como utilizar a Análise de Causa Raiz para resolver problemas

Conclusão

Portanto, considerando o pensamento de seu criador, esse gráfico ajuda bastante a criar um olhar mais detalhado sobre diferentes tipos de erros e falhas.

Muitas vezes esses erros podem parecer pequenos ou inofensivos, mas podem criar grandes perdas para a produtividade da empresa.

Ajuda prever cenários de crise e ajuda a orientar a equipe gestora em seu processo de tomada de decisão buscando eliminar custos e os erros inerentes a cada tipo de questão e atividade.

Vale a pena conhecer, estudar e aplicar essa ferramenta em seu dia a dia e no cotidiano produtivo de sua empresa.

 

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