Entenda a Matriz GE McKinsey e como usá-la
A Matriz GE McKinsey é uma ferramenta de gerenciamento muito utilizada por empresas que desejam expandir e para isso buscam realizar investimentos em suas unidades ou produtos.
Para fazer isso da melhor forma possível, ferramentas que auxiliam no direcionamento de tais recursos podem ser um grande diferencial, como é o caso da matriz GE.
Tabela de Conteúdo
- O que é Matriz GE McKinsey?
- Como funciona a estrutura da Matriz GE McKinsey?
- Como definir a atratividade e força competitiva da empresa?
- Quais são as outras ferramentas que podem ser utilizadas para uma boa tomada de decisão?
- Vantagens no uso da matriz GE
- Os 4 passos para montar a Matriz GE
- Conclusão Matriz GE McKinsey
O que é Matriz GE McKinsey?
A Matriz GE McKinsey é uma metodologia de estratégia que tem como objetivo principal oferecer uma abordagem mais sistemática para uma corporação multiempresarial priorizar os seus investimentos entre suas unidades de negócios.
Essa matriz consiste em uma estrutura que avalia o portfólio de negócios e os mercados mais atrativos, provenientes das implicações estratégicas. É um método muito utilizado em holdings, organizações que administram um conjunto de empresas.
Esses grandes grupos necessitam investir em vários mercados distintos através de seus negócios.
Além disso, a Matriz Ge Mckinsey ajuda a tomar decisões e definir prioridades (também é válida em companhias de estrutura mais simples, porém, ela só fará sentido caso seja aplicada em um portfólio com certo grau de complexidade).
O modelo da matriz GE McKinsey é expresso em um gráfico com duas variáveis e nove quadrantes, facilitando assim, a visualização e o entendimento dos conceitos por trás da priorização.
Essa matriz, embora seja menos popular, é muito mais completa que a Matriz BCG, pois possui cinco quadrantes a mais.
Como surgiu a Matriz GE McKinsey?
Desde o século passado é perceptível o aumento exacerbado do número de empresas com múltiplas unidades.
Através desse crescimento, as empresas acabam tendo que lidar com diversos problemas, como a dificuldade de administrar o lucro de cada uma das unidades, por exemplo.
No entanto, foi dessa forma que surgiram na década de 1970, algumas metodologias capazes de solucionar a nova complexidade, como é o caso da Matriz BCG.
Com base no modelo da Matriz BCG, mas com mais quadrantes e recursos de análise, surgiu a Matriz GE (por conta do grupo que a desenvolveu), onde ela passou a ser conhecida como Matriz GE ou Matriz GE McKinsey.
Evolução da Matriz GE
Na década de 1970, a GE já tinha muitas unidades e frentes de atuação de tal forma que encontrou dificuldades para organizar o seu posicionamento estratégico.
Desse modo, contratou a McKinsey, que criou a matriz para auxiliar na definição dessa estratégia.
O objetivo principal era decidir de forma assertiva onde priorizar os investimentos e onde não valeria a pena iniciá-los. No entanto, vale ressaltar que a McKinsey não iniciou do zero para desenvolver o seu modelo.
De certa maneira, a Matriz GE complementa a Matriz BCG, sendo que a BCG foi criada pela empresa de consultoria Boston Consulting Group, também desenvolvida para analisar as carteiras de produtos ou serviços de uma determinada empresa.
Atualmente, essa ferramenta é uma das técnicas mais amplas utilizadas especialmente por holding e por organizações descentralizadas no mundo todo, pois ela prioriza os investimentos nas unidades de negócio e facilitar o gerenciamento do portfólio de unidades de negócios de uma empresa.
Como funciona a estrutura da Matriz GE McKinsey?
No mundo dos negócios, como em qualquer outro lugar, a escassez de recursos afeta diretamente as decisões das empresas. Mesmo com recursos limitados, as organizações precisam estabelecer como usar melhor o seu dinheiro.
Empresas que possuem vários negócios gerenciam portfólios de negócios complexos, geralmente com 50 a 100 produtos e serviços.
Os produtos ou unidades de negócios se diferem no que fazem, no desempenho ou em suas perspectivas futuras (o que dificulta muito a decisão sobre quais produtos a empresa deve investir).
Tudo isso foi muito complicado até que a Matriz BCG e sua versão aprimorada da matriz, a GE McKinsey, viessem auxiliar. Essas metodologias resolveram o problema comparando as unidades de negócios e atribuindo-as aos grupos em que vale a pena investir.
Na época, as empresas normalmente confiavam nas projeções de fluxos de caixa futuros, no crescimento futuro do mercado ou em projeções futuras para as tomadas de decisões de investimento, o que não era um método confiável para alocar os recursos.
Inicialmente, para compreender o funcionamento da Matriz GE McKinsey, é necessário compreender o que cada um dos dois eixos que estão relacionados a matriz significa:
- Atratividade: como se encontra o desempenho do mercado e quais são as expectativas para o longo prazo;
- Força Competitiva: qual é a vantagem competitiva de cada unidade de negócio e qual é o desempenho em relação ao desse mercado de modo geral.
Cada unidade de negócio está dividida entre dois critérios por grau, o que irá indicar qual será o posicionamento na matriz. As unidades podem ter graus baixo, médio ou alto no quesito força competitiva.
Dessa forma, o setor do mercado pode ter baixa, média ou alta atratividade.
Esses critérios definirão as três decisões principais que uma empresa pode tomar em relação a seus investimentos de unidades de negócios:
Investir ou crescer
Caso a unidade de negócio esteja entre um setor do mercado bastante promissor, porém não tenha força suficiente, é o momento de receber investimentos.
Os investimentos podem ser, por exemplo, no marketing ou em pesquisa.
Ganhos seletivos
O decisor deve saber discernir em quais situações deve investir nas unidades de negócios do grupo.
O investimento deve ser liberado apenas se os recursos não estiverem no limite e se os retornos forem satisfatórios.
Sair ou colher
Caso a unidade seja grande, mas o setor do mercado não seja atrativo, só valerá a pena manter os investimentos se eles não excederem o caixa gerado.
Se isso não ocorrer, essas unidades de negócio que geram prejuízos precisam ser provisórias.
Como definir a atratividade e força competitiva da empresa?
Determinar a atratividade e força competitiva da empresa não é uma tarefa simples e por isso geralmente exige o envolvimento de um consultor profissional que seja especialista no segmento da empresa que desejamos definir a atratividade e competitividade.
Com o especialista será mais fácil definir os pesos e fazer uma avaliação mais justa, tornando a análise mais precisa.
Para iniciar essa definição é necessário fazer uma lista com os fatores que você deve incluir ao medir a atratividade e competitividade do segmento da empresa.
Esses fatores variam de empresa para empresa, principalmente quando são empresas que atuam em áreas diferentes.
Definição dos “pesos”
Depois de definir os fatores, você deve atribuir os pesos para cada um deles. Esses fatores são responsáveis por indicar qual é a importância do fator para a atratividade e competitividade da sua empresa.
Os pesos podem variar de 0,01 (não importante) a 1 (muito importante) e a soma de todos eles devem ser igual a 1, que corresponde ao percentual de 100%.
Após definir os fatores e atribuir os pesos, é necessário avaliar cada fator para cada produto ou unidade de negócio da sua empresa.
Para fazer isso é necessário escolher de “1 a 5” ou “1 a 10” para indicar o valor de atratividade, onde quanto mais próximo de 1 menor é a atratividade/competitividade e quanto mais perto de 10 maior é a atratividade/competitividade.
E por fim, para a definição de atração de mercado e competição, é necessário fazer a soma de todas as pontuações ponderadas (multiplicando os pesos e classificações) para cada produto ou unidade de negócio.
Para não te confundir nas definições, o mais indicado é que essa definição seja feita da mesma forma, mas de modo separado.
Ou seja, você faz o procedimento para a atratividade e quando finalizar, repete o processo para definir a competitividade.
Como fazer a interpretação do modo correto?
Para interpretar corretamente a Matriz GE McKinsey é necessário considerar o que os quadrantes apontam.
Por este motivo é essencial entender bem o funcionamento dos quadrantes dessa matriz, o que cada um representa e o que quer dizer.
Se a empresa demonstrar por meio da matriz que está na fase de investir ou crescer é necessário avaliar os tipos de investimentos que mais poderão dar retorno.
Se o quadrante indicar que a empresa possui atratividade alta com força baixa, atratividade e força baixas ou atratividade baixa e força alta é o momento de investir com muito cuidado.
Já empresas que possuem uma força de unidade grande de acordo com a matriz, mas com baixa atratividade, é necessário investir com muito mais cuidado, para que as possibilidades de perdas sejam reduzidas, pois estas empresas estão classificadas como em zonas de perigo.
Quais são as outras ferramentas que podem ser utilizadas para uma boa tomada de decisão?
Além da Matriz GE, outras metodologias podem ser utilizadas com o objetivo principal de auxiliar uma boa gestão de projetos.
Alguns exemplos de matrizes que podem ajudar a fazer uma boa análise de dados para o gerenciamento de projetos são as matrizes BCG e SWOT.
Matriz BCG
A BCG é uma versão mais simplificada da Matriz GE. A Matriz BCG utiliza quatro quadrantes com a finalidade de avaliar os riscos de investimento dos produtos ou serviços de uma empresa.
Análise SWOT
A matriz SWOT é uma análise bastante eficiente, responsável por avaliar o cenário dos negócios de uma empresa levando em conta critérios básicos (as forças, as fraquezas, as oportunidades e as ameaças).
Vantagens no uso da matriz GE
Um dos principais benefícios da Matriz GE McKinsey é a sua simplicidade por tomar decisões.
Na matriz, através de quadrantes, é possível ter mais agilidade na hora de decidir quais serão as estratégias que serão realizadas.
O método também permite analisar qual deve ser o investimento prioritário, o que facilita o gerenciamento dos produtos desenvolvidos pela empresa.
Além disso, oferece mais precisão na hora de analisar e organizar as oportunidades de negócio e permite que os empreendedores adquiram um conhecimento muito mais amplo de como os seus produtos ou unidades de negócios funcionam (o método prevê quais os cenários são os mais vantajosos para a empresa).
A Matriz GE McKinsey, portanto, descomplica o processo de tomada de decisão relacionada ao portfólio de negócios da empresa.
O objetivo fundamental da ferramenta é ajudar os gestores de grandes empresas a visualizarem melhor quais são os produtos, serviços ou os aspectos do negócio que devem receber mais atenção. Além disso, é mais fácil identificar quais pontos é necessário ter uma maior segurança.
E quais são as desvantagens?
Contudo, a Matriz GE também possui desvantagens. Por sua complexidade, requer um consultor altamente experiente no assunto, que determine a atratividade do setor e a força da unidade de negócios com uma maior precisão.
É uma metodologia cara de conduzir e não leva em conta as sinergias que podem, por acaso, existir entre duas ou mais unidades de negócios.
Os 4 passos para montar a Matriz GE
Montar uma matriz GE não é um bicho de sete cabeças.
Veja a seguir os quatro passos para montar uma Matriz GE McKinsey.
1 – Liste todas as suas unidades de negócio
Liste todos os itens que você deseja fazer uma classificação. Esses itens podem ser unidades da empresa, os produtos ou até mesmo regiões do país em que a empresa atua.
2 – Classifique item por item
Essa classificação é a parte mais trabalhosa e que muitas vezes exige a companhia de um consultor profissional da área.
Nesse passo é necessário definir a atratividade e competitividade da empresa no mercado, como já te ensinamos anteriormente.
Os números de classificação devem ser baseados em dados reais do mercado como benchmarking (comparação do seu negócio com as melhores empresas concorrentes) e pesquisas de mercado.
3 – Insira os produtos/unidades de negócio na matriz
Depois de classificar e calcular a atratividade e competitividade é necessário montar a matriz inserindo os produtos/unidades em seus respectivos quadrantes.
Representa esses dados como círculos (onde o tamanho possui relação com à atratividade), as fatias mostram a competitividade e a seta indica a tendência do produto se mover de uma categoria para outra.
4 – Decida como fazer os investimentos necessários
Depois de montar toda a matriz GE McKinsey é hora de analisar os resultados obtidos para decidir onde serão realizados os investimentos e se vale a pena fazer isso.
Conclusão
Agora que você já sabe como montar a matriz GE McKinsey, que tal colocar em prática para entender quais investimentos devem ser priorizados em seu negócio?
Essa ferramenta pode ser uma ótima aliada quando o assunto é tomada de decisão, garantindo assim que o gestor faça a melhor alocação de recursos possíveis para onde realmente importa na empresa.