Produto Mínimo Viável: Sabe o que é e como montar?
Quando falamos em MVP (Produto Mínimo Viável) devemos lembrar que essa sigla tem origem na língua inglesa “Minimum Viable Product”.
Inicialmente, essa metodologia dedicada aos negócios ajuda a criar uma versão ou edição mais simplificada de um produto. Estamos falando de uma versão mais enxuta, leve e econômica de um determinado produto já consolidado ou em fase de lançamento no mercado.
Nessa visão inicial, podemos exemplificar a Apple que além de manter os poderosos computadores de mesa “Macintosh” com configurações completas disponíveis em equipamentos com torres caríssimas, a marca resolveu lançar o “Mac Mini”, uma versão resumida de computador de mesa cujo equipamento cabe na palma de uma mão dispensando fiação e com um preço mais acessível.
O conceito de versão “mini” ou econômica é antiga e existe desde os anos 1950 nos EUA, porém essa metodologia que apresentamos neste artigo ajuda a profissionalizar o processo de criação e disponibilização desse tipo de produto.
Em outros casos, a versão enxuta pode existir somente nas etapas de pesquisa, desenvolvimento e teste de produto, sendo uma versão que nunca será disponibilizada nas prateleiras, mas que pode ajudar a ter uma boa noção sobre a proposta de valor que o produto conseguirá entregar para o cliente.
A utilização do “Minimum Viable Product” orienta na construção de versão mais simples e enxuta de um produto por completo ou parte dele exigindo o mínimo de recursos para sua construção e criação.
O grande foco é aumentar o acesso, a qualidade, reduzir custos com desenvolvimento e produção, além de entregar a melhor proposta de geração de valor para o mercado.
A aplicação dessa metodologia pode exigir o uso de outras ferramentas conceituais de negócios como a Metodologia ágil, Lean Startup, passo a passo de como definir o produto, identificação de erros mais comuns ao criar o MVP e estudo de casos e exemplos de produtos.
Neste artigo, vamos abordar o tema e orientar o leitor a saber como implementar essa ferramenta de criação de produto mínimo para diferentes perfis de empresas.
Mas afinal, o que é MVP (Produto Mínimo Viável)
Em sua origem a aplicação dessa ferramenta se encontra com o conceito Lean (produção enxuta) que é muito usado em grandes corporações internacionais como McDonalds, Apple (como exemplificado na introdução) e Facebook.
É aplicada em iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e criação de produtos, principalmente, em processos de lançamento e escalonamento de crescimento de mercado.
Inicialmente, o objetivo principal é o de otimizar o uso dos recursos de forma a garantir a maximização do retorno.
Essa ferramenta é dedicada nas empresas para validação do retorno de determinado investimento, mesmo que o produto não esteja concluído ou consolidado plenamente no mercado.
Estratégia inicial da ferramenta
Em sua aplicação, a ferramenta exige muita pesquisa, percepção de oportunidade, desenvolvimento e criatividade para a geração de versão mais simplificada a ser usada como protótipo, projeto de análise de oportunidade de mercados e até mesmo para a comercialização final.
Quando está em plena oferta no mercado, esse tipo de produto poderá avaliar por meio de teste de aceitação o nível de receptividade do consumidor.
Gerando esse tipo de resposta ou feedback, os gestores e tomadores de decisão poderão analisar pesquisas e resultados de mercados para desenvolvimento de melhorias e de hipóteses a respeito da demanda e da solução de cada tipo de produto e serviço em processo de melhoria.
Etapas fundamentais para criação
A seguir apresentamos os seguintes três passos fundamentais para criar e aprimorar os processos de MVPs:
1 – Definir a proposta de valor;
2 – Testar a resposta do mercado;
3 – Coletar e analisar as respostas;
O projeto MVP (os principais passos)
Ao aplicar o MVP (Produto Mínimo Viável) é importante, inicialmente, que a equipe responsável defina a proposta de valor (solução para o cliente e funcionalidades) que o produto desenvolverá no mercado.
Sabemos que boa parte dos modelos de negócio iniciam com a hipótese de valor da proposta que ajudará a atrair a atenção do mercado ajudando a gerar mais receita para a empresa e manutenção dos lucros.
Na prática, em outros termos práticos, a proposta de valor é o principal output do produto ou serviço para resolver problemas e expectativas do usuário.
Confira os principais passos a seguir:
1 – Testes (Busca por resposta de mercado)
Um fator fundamental é monitorar e analisar o nível de resposta do mercado. Ao aplicar essa ferramenta, temos o momento de compreender o interesse do mercado no produto a ponto de justificar o investimento inicial no projeto.
Em muitas situações, para validação da ideia é possível aplicar o teste alpha que ajuda a lançar o produto ou serviço para um determinado público selecionado.
Através do teste beta podemos realizar o teste de atração e funcionalidades para um público em geral.
Porém, no caso de produtos tecnológicos como equipamentos, softwares e dispositivos é indicado realizar lançamentos controlados para público específico através do teste alpha.
2 – Detalhes a serem compreendidos
Ao inserir o MVP (Produto Mínimo Viável), é importante que os gestores compreendam o nível de receptividade do cliente em potencial para validar a proposta de valor.
Procurar compreender também os principais pontos de melhoria que podem ser considerados para aumentar os resultados possíveis.
3 – Interação
Dentre os principais passos da aplicação do MVP é fundamental a interpretação das respostas recebidas.
Na maioria dos casos, o cliente pode relatar opiniões e reclamações importantes, porém algumas informações podem fazer sentido, enquanto outras não.
É importante equilibrar as opiniões com o objetivo do seu modelo de negócio e produtos.
4 – Avaliação do investimento
Antes de lançar o produto no mercado, é importante analisar as hipóteses levantadas no projeto, avaliar os resultados dos testes de desenvolvimento e de mercado e revisão os orçamentos previstos.
É importante que o gestor crie uma lista de prioridades, priorizando o que realmente faz sentido para a construção de valor da proposta do produto.
Em caso de resultados positivos, é importante avançar nas etapas posteriores dedicando uma formulação de novas etapas de melhoria.
Como criar o Produto Mínimo Viável?
Para saber como criar o MVP (Produto Mínimo Viável) é importante seguir as orientações abaixo:
– Vise na proposta de valor central e na criação da hipótese do projeto, além de estudar o nível de demanda da sua solução;
– Realize benchmarking para encontrar atalhos, isso permite aprender com os erros de concorrentes e de outros setores da empresa gerando economia de verba e investimento de tempo;
– Antes de realizar um teste, é importante sempre saber como medi-lo;
– Repensar sempre em como validar a tração junto ao mercado seja por meio de testes de mercado com público específico ou com público em geral;
– Aplicar essa ferramenta em ambientes realistas, sabendo identificar processos e mercados reais;
– Crie métricas para o negócio para geração de dados e processo de aprendizado.
Metodologia ágil
A ferramenta MVP pode ser combinada com outras ferramentas como a metodologia ágil que se refere a um modelo de gestão de projetos tradicional e tem a função de aprimorar o processo de desenvolvimento de um produto ou serviço.
Essa metodologia ágil pode ser implementada em empresas de diferentes portes e abrangências. Ao combinar o MVP com a Ágil podemos otimizar o objetivo final para entregar o produto com mais rapidez e frequência para o cliente.
Envolver abordagem inovadora da gestão de projetos que auxilia a de incrementar interações, gerando eficiência a processos e agilizar o fluxo de trabalho.
O Manifesto Ágil
Na aplicação da metodologia ágil temos os quatro valores principais da ferramenta, listados abaixo:
– Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas;
– Software funcional mais que documentação abrangente;
– Colaboração do cliente mais que negociação de contratos;
– Responder a mudanças mais que seguir um plano.
Através deste manifesto, os criadores da ferramenta descrevem princípios pelos quais se guiam para priorizar a satisfação do cliente através da entrega adiantada e contínua de software de valor, incluindo a aceitação de “mudanças de requisitos” e o compromisso com a entrega de um “software funcional”.
Lean Startup
O termo Lean é traduzido como enxuto, a formação do termo “Lean Startup” refere-se a uma startup ou empresa iniciante enxuta.
Ajuda na e eliminação de desperdícios nos processos e na melhoria contínua para a produção de produtos e resultados nas startups de tecnologia.
Recentemente, o autor e pesquisador Eric Ries recriou os conceitos de negócios universalizando os significados de marketing, tecnologia e gestão que devem ser integrados para criação de metodologia mais moderna a ser aplicada por qualquer empresa.
Dessa forma, com a aplicação do MVP (Produto Mínimo Viável) e sua combinação com os tópicos de ação do Lean Startup temos novos conceitos para otimização de projetos e processos.
Como usar a metodologia Lean Startup?
Essa ferramenta atua para o melhor desenvolvimento e lançamento de novos produtos no mercado específico ou abrangente.
Esse método está apoiado em três importantes pilares:
1 – Pesquisa e comprovação
Mesmo que tenha feito muita pesquisa e teste, é importante comprovar as funcionalidades do produto e sua capacidade de resposta no mercado, seguindo os tópicos descritos no Plano de Negócio e na análise das métricas.
Nesta base, o empreendedor pode utilizar a ferramenta de canvas para elaborar o seu plano de negócio e orientar as ações seguintes.
2 – Teste de hipóteses
O empreendedor precisa testar as hipóteses levantadas no projeto e na identificação de proposta de valor.
Pode envolver o processo de desenvolvimento com os clientes, também referido como customer development, permitindo à empresa dialogar com potenciais usuários, compradores e parceiros.
3 – Desenvolvimento ágil
O terceiro pé desse processo enxuto está ligado ao desenvolvimento ágil que ajuda a reduzir a perda de tempo e de recursos, pelo simples fato de escutar o cliente final em todo o processo de desenvolvimento.
Superando os erros
Com a aplicação do MVP (Produto Mínimo Viável) é possível superar erros, principalmente, aqueles que ocorrem com a ausência de testes para a validação.
Os testes corretos são importantes para ajudar a otimizar o investimento de verba e de tempo para o lançamento de novos produtos.
Passos fundamentais
Para a aplicação do MVP é importante seguir passos fundamentais e profissionais para ajudar a empresa a validar o produto e sua proposta de valor.
1 – Formulação de hipóteses
É importante formular hipóteses para validação de premissas de mercado, sendo essa etapa antecedente da aplicação do investimento.
Antes de desembolsar verba e ocupar o tempo das equipes é importante avaliar se o produto é necessário e de fato terá capacidade de geração de respostas e receitas.
2 – Conheça o mercado
Compreender o seu mercado de atuação é primordial, sendo importante analisar indicadores macro e micro do seu público.
Defina uma persona (cliente idealizado) e procure entender suas reais necessidades, perfis e comportamentos. Também é indicado conhecer os principais concorrentes e players de mercado.
3 – Estabeleça métricas
Os empreendedores devem definir os indicadores de métricas para coletar e analisar dados que ajudarão na pesquisa prévia.
4 – Avalie as funcionalidades
Também é importante pensar nas funcionalidades das ferramentas de melhoria aplicadas visando equilibrar tempo, recursos e métodos de desenvolvimento de proposta de valor.
Conclusão
Portanto, para a aplicação do MVP (Produto Mínimo Viável) como ferramenta principal de desenvolvimento e oferta de um produto ou serviço é importante que o empreendedor não tenha medo de errar e busque sempre a elaboração e melhoria de seus produtos.
A implementação dessa ferramenta ajuda a reduzir o tempo com as etapas de planejamento, lançamento e obtenção de respostas. Ajuda a conhecer as principais funcionalidades e propostas de valor do projeto, procurando atingir as expectativas do cliente potencial.
Ao usar o MVP, o empreendedor pode ter uma visão mais consolidada através de uma versão de seu produto criada para um nicho de mercado.